quarta-feira, 17 de março de 2010

Um homem de boné



Um homem de boné
seu ônibus espera.
Na mão, a carteira,
na outra, a blusa.
O calor é insuportável
e o velho com os outros
(multidão)
no ponto lotado...

A seu lado um cego,
bengala na mão,
carros que passam
e o pó lhes lançam.

A quem reclamar,
só mesmo lá longe
no mar.
E a quem vai chorar?
Nunca viu,
porém
só a sina
tão dura que é.

© Antônio Jackson de S. Brandão