terça-feira, 8 de novembro de 2011

Olhos fechados



Sinto teu olhar úmido
de emoção
quer brotar de tua pele
tal frenesi
que não é possível manter
teu sorriso estampado!

Trepidam teus lábios:
revoltos os olhos da paixão...
transbordamos
pelos poros o calor
do sol
escorrido por teus
longos cabelos encaracolados...

No fim do arfar
de sentirmos juntos o mesmo ar
e que prazer
poder ver em teu
rosto um simples sorriso
e imaginar o mundo sob
teus olhos fechados

© Antônio Jackson de Souza Brandão

E agora?


Ah, como sufoca!
Estamos sufocados
entre nós mesmos...
a sirene toca,
o trânsito cansado,
lento, lento, lento...
as pessoas formigas,
o homem-nada!
Até quando escreverei?
Até quando estarei vivo?
Ah, sufoco!
Ah, como sufoca!
As ruas repletas:
não quero mais escrever, chega!

Sampa, 26/10/1992

© Antônio Jackson de S. Brandão