sábado, 3 de janeiro de 2009

casas vacías


casas vacías

casas desclavadas
de sus muros
piden socorro entre
gritos de dolor ardientes

casas que no son nada
más allá de sueños
de otros veranos
que no
vuelven más

casas que eran abrigo,
ahora, tumbas
eran confort,
ahora, lodo
de lágrimas secas

© Antônio Jackson de S. Brandão

(Foto de Reuters/Suhaib Salem)

casas vazias


casas vazias

casas despregadas
de seus muros
pedem socorro em meio
a gritos de dor ardentes

casas que nada são mais
além de sonhos
de outros verões
que não
tornam mais

casas que de abrigo
viraram covas
de conforto,
lodo
de lágrimas secas

São Paulo, 9/8/2006

© Antônio Jackson de S. Brandão

(Foto de Rahim Khatib-01.jan.2009/Efe)

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Espelho



Que podemos ver através dele?
Talvez nós próprios
não sei exatamente.
E a música toca no rádio...
Quero me ver,
Talvez me
Conhecer melhor...
Quem eu sou?
Agora mesmo acabei de me
Perguntar.
Nenhuma resposta,
Resposta alguma...

E a música sempre tocando
Preciso me procurar lá dentro.
Que encontro eu lá?
Mas não sou assim
tão criativo,
por isso não posso
me encontrar lá dentro.

A distância é a mesma
Mas eu não posso me tocar...
Sensação estranha!
Eu não posso me
tocar.

Frio!
Sou inverno agora
E eu nevo...
Sou verdadeira neve.
Por quê?
Porque me esqueço das árvores
Nunca as procuro,
mas há uma árvore
atrás de mim...
Eu nunca a notei
e ela sempre esteve lá...

Pela primeira vez pude
vê-la
e de repente descubro a mim
mesmo: maravilha!
Corro a um bar.
Duas cervejas...
Encontro uma amiga.
A música
Sempre tocando: música italiana!
Dançamos.
Eu não sou tão criativo,
Por isso
me represento a mim mesmo...
© Antônio Jackson de S. Brandão