sábado, 14 de janeiro de 2012
laços soltos
laços soltos
flamulam pelo ar
pontas separadas que
poderiam se unir
reunir o que estava perdido
no ar disperso!
pontas desatadas
nós não refeitos
(sequer haviam se encontrado
num passado em que sonhos e fantasias
de eterna juventude vagavam
pelo mar!)
perfumes novos me cercam nova memória...
vejo que duas pontas nunca se atarão:
o medo de não sei quê é maior
que a coragem de buscar felicidade
a mesma que esvoaça e se espalha com o vento
Embu-Guaçu, 14/01/2012
©Antônio Jackson de Souza Brandão
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Mulher
à DSS
Sentidos sem razão,
vícios desfeitos,
coração sem batidas
que são estranhas,
mas que queimam nossas entranhas!
Mulher de olhar suspenso,
boca que revela
o hálito morno d’alegria.
Suspirar não dá,
cabelo que envolve
a fronte amena
por trás de seu sorriso.
Cegueira paixão
que ontem conheci menina
e hoje, mulher...
Mulher de braços ardentes
de mãos suaves:
envolventes, sensuais...
que nos prende
nos enleios do fervor,
Não, não quero escrever emoção,
porém a secura
é estéril,
não nos deixa às claras dizer.
Que é às claras?
Podemos da escuridão
ver a verdade
impressa nos olhos
escusos da luz!
Ah mãos-olhos que veem
melhor que o tato
no fato dali.
E noites que perdemos
E o tempo que passou,
mas não levou
a sensação de
juntos estarmos!
Roda, roda vento!
Tempo, tempo corra!
Nos leve para longe
para o campo de paredes brancas,
quero ver o vestido voar
e com ele seu cabelo.
Anda, anda meu bem
deixa que eles voem...
Sua alma
a vejo também voar,
seus braços quero
sentir.
© Antônio Jackson de S. Brandão
São Paulo, 15/5/1994