Enfim o que somos? Uma angústia de dor,
Uma pseudo-feliz dança e um fogo-fátuo ebóreo,
Uma neve quase-fundida e um ermo flóreo,
De apreensão um palco e extinta uma vela a cor.
A vida se esvai tal conversas e rubor
E expulsa-nos desta vacilante veste óssea:
Há muito lançada no registro marmóreo
Da hecatombe, sem sentido esquecida e cor;
Assim como um sonho em vão desmoronando
Ou uma enxurrada sem obstáculo avançando
Assim nossa fama e honra e glória findará.
Num momento respirando, mas vem a nova:
Que nos sucede então? Nos lança a morte à cova
Assim como o vento a fumaça levará.
Andreas Gryphius, Trad. Antônio Jackson de S. Brandão
sábado, 10 de março de 2007
sexta-feira, 9 de março de 2007
relámpagos
segunda-feira, 5 de março de 2007
O papel do professor em nossos dias
Muitos professores esquecem-se de uma das grandes verdades universais: a mutabilidade da vida e do tempo e, ao ignorar esses aspectos, mantêm o mesmo discurso por anos.
É inconteste que há hoje uma mudança estrutural na sociedade. Essa não se restringe somente a avanços técnicos, mas também a mudanças de valores morais e objetivos pessoais.
Há alguns anos era necessária, para a ascensão social, a universidade, principalmente para as classes menos abastadas que, por sorte, conseguiam chegar a seus degraus. Além disso, a figura do professor era a da suma sabedoria, o detentor do poder de um futuro promissor, ou do fracasso social.
No entanto, com a dinamização da sociedade, com a obrigação da manutenção da criança na escola, o acesso ao saber em casa e “on-line”, com a proibição sistemática de o jovem trabalhar, a situação inverte-se e resta ao professor o papel de orientar.
De “pseudo-protagonista”, o professor passa a ser mero coadjuvante. Dessa forma, tem de conquistar a amizade e o respeito do aluno para que possa, com ele, interagir mesmo que para isso tenha de mostrar-se não como um ser “acabado”, “estanque”, mas em contínuo aprendizado e disposto a trocas, afinal não se vive mais numa sociedade inerte, mas em uma em constante ebulição.
Se antes, o jovem rebelde era aquele que fumava escondido no banheiro, fingia que não ouvia o professor ou mesmo que deste caçoava escondido; hoje, o estudante o enfrenta. O cigarro cedeu lugar às drogas, há outros que têm o prazer de mostrar que podem saber mais do que o professor, afinal o conhecimento está aberto a todos via internet.
Portanto, deve-se cativar a amizade do aluno e, naturalmente, conquistar sua simpatia, afinal por mais que ele busque conhecimento extra escola (quando o faz!), faltar-lhe-á a vivência e o aprendizado que só os anos nos conferem, só por isso a figura do professor já bastaria, afinal ele também passará, mas sua imagem, seu empenho e sua orientação perduram, mesmo que não colhamos esses frutos.
Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão
É inconteste que há hoje uma mudança estrutural na sociedade. Essa não se restringe somente a avanços técnicos, mas também a mudanças de valores morais e objetivos pessoais.
Há alguns anos era necessária, para a ascensão social, a universidade, principalmente para as classes menos abastadas que, por sorte, conseguiam chegar a seus degraus. Além disso, a figura do professor era a da suma sabedoria, o detentor do poder de um futuro promissor, ou do fracasso social.
No entanto, com a dinamização da sociedade, com a obrigação da manutenção da criança na escola, o acesso ao saber em casa e “on-line”, com a proibição sistemática de o jovem trabalhar, a situação inverte-se e resta ao professor o papel de orientar.
De “pseudo-protagonista”, o professor passa a ser mero coadjuvante. Dessa forma, tem de conquistar a amizade e o respeito do aluno para que possa, com ele, interagir mesmo que para isso tenha de mostrar-se não como um ser “acabado”, “estanque”, mas em contínuo aprendizado e disposto a trocas, afinal não se vive mais numa sociedade inerte, mas em uma em constante ebulição.
Se antes, o jovem rebelde era aquele que fumava escondido no banheiro, fingia que não ouvia o professor ou mesmo que deste caçoava escondido; hoje, o estudante o enfrenta. O cigarro cedeu lugar às drogas, há outros que têm o prazer de mostrar que podem saber mais do que o professor, afinal o conhecimento está aberto a todos via internet.
Portanto, deve-se cativar a amizade do aluno e, naturalmente, conquistar sua simpatia, afinal por mais que ele busque conhecimento extra escola (quando o faz!), faltar-lhe-á a vivência e o aprendizado que só os anos nos conferem, só por isso a figura do professor já bastaria, afinal ele também passará, mas sua imagem, seu empenho e sua orientação perduram, mesmo que não colhamos esses frutos.
Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão