segunda-feira, 5 de março de 2007

O papel do professor em nossos dias

Muitos professores esquecem-se de uma das grandes verdades universais: a mutabilidade da vida e do tempo e, ao ignorar esses aspectos, mantêm o mesmo discurso por anos.

É inconteste que há hoje uma mudança estrutural na sociedade. Essa não se restringe somente a avanços técnicos, mas também a mudanças de valores morais e objetivos pessoais.

Há alguns anos era necessária, para a ascensão social, a universidade, principalmente para as classes menos abastadas que, por sorte, conseguiam chegar a seus degraus. Além disso, a figura do professor era a da suma sabedoria, o detentor do poder de um futuro promissor, ou do fracasso social.

No entanto, com a dinamização da sociedade, com a obrigação da manutenção da criança na escola, o acesso ao saber em casa e “on-line”, com a proibição sistemática de o jovem trabalhar, a situação inverte-se e resta ao professor o papel de orientar.

De “pseudo-protagonista”, o professor passa a ser mero coadjuvante. Dessa forma, tem de conquistar a amizade e o respeito do aluno para que possa, com ele, interagir mesmo que para isso tenha de mostrar-se não como um ser “acabado”, “estanque”, mas em contínuo aprendizado e disposto a trocas, afinal não se vive mais numa sociedade inerte, mas em uma em constante ebulição.

Se antes, o jovem rebelde era aquele que fumava escondido no banheiro, fingia que não ouvia o professor ou mesmo que deste caçoava escondido; hoje, o estudante o enfrenta. O cigarro cedeu lugar às drogas, há outros que têm o prazer de mostrar que podem saber mais do que o professor, afinal o conhecimento está aberto a todos via internet.

Portanto, deve-se cativar a amizade do aluno e, naturalmente, conquistar sua simpatia, afinal por mais que ele busque conhecimento extra escola (quando o faz!), faltar-lhe-á a vivência e o aprendizado que só os anos nos conferem, só por isso a figura do professor já bastaria, afinal ele também passará, mas sua imagem, seu empenho e sua orientação perduram, mesmo que não colhamos esses frutos.

Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão

3 comentários:

Vanessa Cassola disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vanessa Cassola disse...

Meus parabéns por mais esta iniciativa e dedicação. Tenho certeza de que vc está no caminho certo. Todos esses anos lidando com a educação lhe renderam muita popularidade, experiência, e sensibilidade. E isso tudo é muito notável na sua relação com seus alunos e ex-alunos, além de importantes trabalhos publicados e vários outros projetos nos quais vc trabalha (ao mesmo tempo!!!). Boa sorte nesta mais nova empreitada.

Um grande beijo de quem muito o admira e torce por vc.

Vanessa Cassola

Anônimo disse...

Y es la ética ... la diferenciacion de los valores , la generación de conciencia la que tantos alumnos como profesores y padres tendremos que diferenciar .

Paz/

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