domingo, 6 de maio de 2012


calo


calo
os gritos expirados
por meus poros...
calo
aquilo que permeia
a pele repleta
calo
no aperto do sapato
que dói de tanto apertar
por não se gritar!
calo
os sentimentos confusos
obtusos difusos reclusos noturnos
como a tosse tísica que espera
o anoitecer...
calo
o aperto que assola a alma
que busca sua própria erupção
mas cuja tampa impede
a explosão...
casca forte?
não, simples película pronta a romper...

                                                                 © Antônio Jackson de S. Brandão