calo
calo
os gritos expirados
por meus poros...
calo
aquilo que permeia
a pele repleta
calo
no aperto do sapato
que dói de tanto
apertar
por não se gritar!
calo
os sentimentos
confusos
obtusos difusos
reclusos noturnos
como a tosse tísica
que espera
o anoitecer...
calo
o aperto que assola a
alma
que busca sua própria
erupção
mas cuja tampa impede
a explosão...
casca forte?
não, simples película
pronta a romper...
© Antônio Jackson de S. Brandão
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