terça-feira, 7 de setembro de 2010
Braços enlaçados
Braços enlaçados, laçados e entrelaçados...
Bocas que murmuram sons desconhecidos,
desconexos,
mas para que nexo?
Busca-se, procura-se.
Onde?
Por trás dos montes
que apontam aos céus!
Os trigais têm outra cor
E também são levados pelo vento
E também encantam,
enquanto outros buscam outros cantos.
O passado é presente
nos outros sons,
nas outras músicas;
vemos e nada encontramos,
só o caminho
que teremos de trilhar...
O eterno não existe,
pois a rosa que é linda se vai
e o vento a leva para outros jardins...
Nossas árvores são outras,
mas estão no mesmo lugar.
As pegadas são outras,
mas nos dão o caminho
de ontem.
As cores envelheceram,
mas os contornos nos apontam
o passado...
Agora, lágrimas; amanhã, doces recordações...
O mundo gira e vejo-o em
seus contornos
é uma linha infinita
dum mundo sem fim...
Enfim, que fazer?
Mirar em frente e os caminhos trilhar,
por entre veredas de sorrisos
e lágrimas,
nela a Felicidade reside...
A alegria está para quem sonha
e alegre quer estar.
A verdade temos de buscar
e ela se faz presente agora
no ato de amor,
no ato do amor
nela existe e resiste o frêmito
maior:
Ah que doces suspiros!
Ah que regalar de olhos
e que boca macia!
A rouquidão de tua voz
revela a
maciez de tuas mãos
que caminham e trabalham...
Não, não param.
O medo de pisar nos dá certeza, confiança e esperança:
tudo passa,
nada permanece como é hoje:
amanhã outros conhecerão
nossas trilhas,
viverão nossas alegrias,
buscarão nossas verdades...
porém, fomos os primeiros,
sentimos primeiro:
podemos disso nos orgulhar,
sei que tua boca é essa;
que teus cabelos são esses;
que teu sorriso é tal qual.
Agora me foram eternos,
foram diferentes,
simplesmente foram...
Sou feliz! Creio que foste também!
Então vamos,
meu bem, o caminho nos espera !
© Antônio Jackson de S. Brandão