domingo, 16 de outubro de 2011
Abbracciati
Venha,
me dá tua boca!
Quero beijá-la
ardentemente...
Um só momento será eterno
como as viagens mais longínquas
Um abraço, um afago,
um suspiro ao ouvido
Sim, duvido que
os mortos não se levantem!
Passa tua mão pela minha
cabeça, entranha
teus dedos por meus cabelos
conhece-me por dentro
pela nuca navega numa
busca constante!
Sinto o arfar de teu peito
a pulsação mais rápida
Os olhos fechados
denunciam teu prazer
Bocas tresloucadas
de um lado a outro
Estamos aqui
escorro-me em sua pele lisa
navego-te
sorvo de ti a vida ardente e
entranho-me em tua correnteza
que me faz crescer
( de mim desaparecer )
Força, impulsos...
Seguras meus pulsos
me vira te viro e me
vidra estático
Totalmente enlaçados
um ao outro!
A música....
Toco-te o rosto, pescoço
Sinto maior teu arfar
ao tocar-te os seios
mas me impedes:
serras que me levam
ao mar...
Ah, mar! quero gozar-te
imensamente
quero transpor-te
com meus lábios
e meus beijos
alcançarem o vale de teu ventre
de tua praia ...
Vejo teu caminho:
matas
a indicar-me o paraíso!
Minha mão é pluma
teus dedos, seda
que me arrepia ao toque
Teu perfume inunda
o quarto
e junto ao meu
noutro se transforma
ao se misturar com nosso suor: mar!
E as ondas vão e vem
A neblina salínica
que sentimos em
nossas bocas
que inundam nossos olhos
que não nos obedecem mais:
Voamos: Mar, Sal!
Amar gritar voar
Não, não há mais tempo
não há nada:
boca, cabelos, nervos
Os cervos pulam pelos campos
vão ao riacho sedentos e descansam
após ultrapassarem os montes e as serras...
© Antônio Jackson de S. Brandão
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