quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Mar seco
Mar, sol, vestidos,
o calor, as árvores, o chão
nos fazem ver
com os olhos dos corpos-poros.
Vestidos floridos, estampas diversas,
Meninas mulheres são
e se deixam levar pelo embalo
das ondas...
Seus cabelos voam,
são levados pela brisa do mar.
Ondas, curvas, pernas, rostos.
As ondas vêm e vão;
curvas perigosas que sentimos com as mãos;
pernas que transpiram
cheiros diferentes que dos olhos exalam,
que são enigmáticos,
oblíquos dum outro sorriso
de lábios escarlates, ardentes, voláteis...
Do cinza ao azul,
do rosa ao vinho transmudam-se
em dezenas cores.
Curvas perigosas, mistérios envolventes
Juntos a diferentes abismos.
Toques, retoques nos rostos inmanchados.
Escaladas diárias
em caminhos tortuosos,
cavernas não mais veladas,
outras... Ah! outras
que procuram legítimos desbravadores...
Mar seco, sangue quente,
corpo úmido, lágrimas nos olhos,
suspiros alegres:
vestidos floridos com flores naturais,
a pele branca
à luz das imortais velas.
O fogo sobe às têmporas,
o suor escorre,
o frêmito que corre no leito ao se deitar:
lá a árvore é derrubada,
a mata é incendiada,
porém
nova vida pode surgir,
pois do chão atapetado de vermelho escarlate
surge...
Surge se o mar não é seco,
Em mar seco não dá peixe.
Aurich/Alemanha
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