segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Quero gritar
Olho e não vejo nada
conversas se perdem
no ar,
risos vazios...
Lá fora a lua é cheia
eu aqui dentro estou cheio!
Que fazer?
Não há mais limites,
não há mais nada!
Prole dos proletários
não conseguem enxergar:
mais uma década perdida!
Sem revolução,
a renovação não virá,
mas a exploração,
o vício,
a fome...
Sim, há outras formas...
Quero gritar: estou rouco
os cabelos brancos
aparecem lentamente,
dia-a-dia
como cria...
Mais uma década perdida!
Quero gritar:
a voz sumiu
tenho pena
a ponte é de três cordas:
talvez não saiam do lugar!
Mas e os de trás?
Não sei, sei lá:
vão pular!
Quero ter raiva,
tenho pena.
Gritar já não dá
o tempo levou minha voz
ficou o vazio no escuro,
mas a lua está
cheia
e o céu aberto:
frases soltas pairam no ar!
São Paulo, 12/05/1998
© Antônio Jackson de S. Brandão
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